sábado, 27 de fevereiro de 2010

Teino de oralidade (registo)

Momento de Leitura

“As árvores lá fora, a descansar à luz do pouco sol que espreita entre as nuvens, paisagem comum. Em cada folha de cada galho um suspiro meu. Porque teria algo tão verde de ficar soterrado em cinzento? Cinzento aqui e além, aqui e acolá. Escuro, claro, misturado com preto que cai das nuvens anunciando trovoada.
Admiro aquele mundo lá fora, enquanto que cá dentro tudo se assemelha a ele. Afinal de contas, as coisas são, como agora a Natureza, cinzentas. Nada corre como o esperado e todos e tudo o mais tentam expulsar a dor que continua entranhada nas paredes. Vive connosco, vemo-la passar e acenar-nos como se todo este stress não fosse culpa dela.
Cinzento, preto, castanho, roxo. Cores aborrecidas. Para onde foi o amarelo? O azul celeste? Ou o laranja da fogueira? Até as chamas que dançam nos troncos parecem ter perdido a vida, a sua cor. Quem sabe não terei eu também perdido a minha cor. Também me sinto cinzenta e aborrecida. O que agora precisava era de um banho de cor, perdida no azul do mar e no amarelo da areia.”

Autor: Daniela Policarpo, nº8, 10ºL.

Momento de Dissertação
(Matisse)

O meu tema de dissertação foi sobre as janelas. Esta ideia veio-me quando estava a olhar lá para fora pela janela da sala, sentada à mesa, sem saber o que escrever. Lá fora estava um dia cinzento, com a chuva a escorrer pelas janelas como caracóis pelas folhas. Com os prédios altos, gaiolas com janelas, a ilustrarem esta tela negra com uma beleza estúpida. Porém, quando olhei para cima da mesa estava um jarro de flores. Cujas pétalas eram de um amarelo vivo cor de sol, em perfeita sincronia com as suas folhas verdes de jardim.
Aquelas flores eram tão vivas e alegres… e aquela paisagem lá fora era tão negra e medonha que me lembrei das nossas emoções. A maneira única como cada um de nós vê o mundo, a maneira como o pintamos e mudamos de acordo com as nossas experiências. Porque todos nós já tivemos más experiências e aprendemos as lições que dessas advêm. Assim cada um de nós vê o mundo como gostaria que ele fosse, da maneira que o teme ou de acordo com aquilo que aprendeu e as cores reflectem isso mesmo.
Deste modo cada um de nós tem o seu olhar distinto, cada um tem a sua própria janela.


Momento de Improvisação

Para o meu momento de improvisação o tema foi as portas, directamente relacionadas com as janelas. Após um breve pensar sobre os temas que conhecia sobre portas falei (e agora dito resumidamente), sobre as portas em termos físicos e em termos mais emocionais e relacionados com o espírito. Acerca das portas em termos físicos falei sobre como estas são como um portal, que nos fazem descobrir o mundo lá fora, mas também que nos prendem cá dentro. Além disso foi falado também sobre as portas como companheiras dos móveis e do resto dos componentes de uma casa.
Elas abrem e fecham-se como queremos, podemos abri-las para as emoções, abri-las para os outros, abri-las para o amor (aqui já em termos espirituais). Simples emoções como a depressão são apenas um fechar ou eliminar de portas, ficando trancados em nós próprios. Tal como o inverso existe. Assim, o meu tema de portas foi, desde o comum conceito que damos quando pensamos em porta, até às emoções em que as portas são usadas como paredes ou escudos de protecção.
Algo que todos vivemos, mas que não associamos imediatamente ao tema das portas.




Trabalho realizado por:
Daniela Policarpo, nº8, 10ºL.

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