domingo, 26 de setembro de 2010

E ainda, um último poema do João Henriques

 O João tinha de escrever sobre um objecto não existente, inventado por ele:

Este é o meu projecto
vento de mar
para debaixo do meu tecto.
Não tem  regras nem conceitos,
mas é um dialecto,
um dialecto meu
que não se insere no teu.
Não tem lugar
aqui no mar
ou no céu.
Não tem lugar no tempo,
ele não está aqui devido ao vento
mas eu hoje trouxe-o
no meu bolso de talento.

Ele é a maior das coisas
aqui ou além,
mas enquanto o teu pousas
sem amor e com desdém
eu acaricio o meu, porque só lhe quero bem.

João Henriques, 10 L